sábado, 12 de novembro de 2011

Alimente-se antes de dormir

Chegou a hora de mudar os seus conceitos

Por Daniela Hueb
Especialidade: Dermatologia e medicina estética
Por Minha Vida

Algumas pessoas acreditam  que abolir a alimentação à noite, principalmente o jantar, auxilia no emagrecimento. Certo? Errado. Dormir com fome pode engordar. Entenda o porquê...
Enquanto dormimos, o nosso corpo produz um hormônio chamado melatonina. Ele é antioxidante (antienvelhecimento), estimula o relaxamento, melhora a imunidade do organismo e influencia até no nosso crescimento. Além disso, proporciona a sensação de bem estar.
Quando temos uma boa noite de sono, acordamos mais dispostos, com menos ansiedade e nervosismo. Consequentemente comemos menos. Agora, quando ocorre a situação inversa, aquela noite mal dormida, a tendência é passarmos o dia todo com dores musculares e sem energia. Para suprir esse mal-estar, o organismo busca energia em alimentos mais calóricos, como nas massas e doces, contribuindo assim para o ganho de peso e até para doenças como a obesidade.
Abusar na quantidade de comida durante o café da manhã, no almoço e comer besteiras durante o dia e, depois, querer compensar deixando de lado o jantar atrapalha e muito o ritmo de uma dieta. Portanto, aquela velha regrinha sobre não pular refeições continua valendo.


O recomendado é fazer uma boquinha a cada três horas. Pode ser uma fruta, um iogurte, barrinha de cereal. O importante é não ultrapassar esse prazo, caso contrário, o organismo entende que estamos passando necessidade e passa a racionar o gasto de energia, inclusive diminui até o ritmo do metabolismo. E tudo isso dificulta a queima calórica.

O ideal é jantar pelo menos duas horas antes de ir para a cama. Neste período, o organismo tem tempo de realizar a digestão, fazendo com que o estômago não fique tão pesado a ponto de atrapalhar o sono. Quando deitamos logo após o jantar, o sangue fica concentrado no estômago, diminuindo o fluxo no cérebro. E isso pode causar insônia ou pesadelos.
Já reparou que quando estamos com muita fome a primeira coisa que temos vontade de devorar são alimentos gordurosos e hiper-calóricos, como pizzas ou salgadinhos industrializados? Mas neste processo existem dois problemas graves. O primeiro é que esses produtos causam saciedade momentânea, isto é, não evitam a fome por um longo período. E o segundo, é que as comidas gordurosas são digeridas lentamente, o que significa que a mensagem de saciedade demora mais para chegar ao cérebro. Até lá, você já extrapolou a cota de calorias diárias e mandou a dieta para o espaço.
Claro que temos as gorduras boas que prolongam a nossa saciedade como as oleaginosas, como as nozes, castanhas de caju e do Pará e amendoins naturais, mas todas elas também são ricas em calorias. Portanto, para dar uma mãozinha ao sistema digestivo, dê preferência aos alimentos leves, abusando principalmente das versões light.
Elabore um cardápio a base de proteínas magras como carnes, peixes, queijos, presunto de peru, ovos e verduras. Alguns legumes como vagem, brócolis e berinjela também enriquecem a dieta. Folhas verdes são fundamentais por serem ricas em fibras, que auxiliam no bom funcionamento do intestino e diminuem a absorção de gorduras e açucares numa dieta rica em carboidratos.
No
clima de inverno, uma dica especial são os caldos e as sopinhas de legumes. Para quem não tem tempo de ir para a cozinha ou não dispõe de muitos dotes culinários, vale lançar mão das sopas instantâneas, que basta ferver a água e pronto. Além de nutritivas e saborosas, elas são hipocalóricas. Outra opção é o leite desnatado ou chás com torradas


integrais. Ambos, no entanto, devem ser ingeridos com moderação.

Nesse começo do que chamamos de reeducação alimentar, é preciso estar prevenido contra aqueles ataques de fome à noite. Para isso, deixe algumas comidinhas leves já preparadas. Ou então, sempre tenha em casa produtos como iogurtes desnatados, geléia diet, gelatina, torrada ou pão integral. Os alimentos integrais possuem uma carapaça de nutrientes que demora para ser quebrada pelo organismo e o carboidrato é absorvido mais lentamente, o que aumenta a saciedade.

As frutas também são boas opções, uma vez que a frutose, o açúcar das frutas, cai rapidamente na circulação e aplaca aquela sensação de gula. Para os viciados em doce, uma dica é optar por alimentos doces, porém saudáveis como damasco e frutas secas (uva passa e maçãs). Sorvetes sem adição de açúcar nas versões light também podem ser consumidos, mas também com moderação, isto é, não vale ingerir o pote inteiro de uma só vez. Evite cafés, chocolates e álcool porque são estimulantes que inibem a produção de melatonina, atrapalhando o sono. Mas se o desespero por chocolate for muito intenso, apele para um bombom ou para os achocolatados light misturados ao leite bem quentinho, que pode até ajudar a dormir melhor.

É importante destacar também que a insônia aumenta o estresse, a pressão arterial, enfraquece o sistema imunológico, nos deixando mais suscetíveis a doenças oportunistas. A tireóide também pode ser prejudicada durante a secreção de seus hormônios, pois ela é regulada pela mesma região cerebral que é mobilizada por causa do estresse.

Dessa forma, dormir com fome pode ser tão desastroso quanto comer demais no período noturno. Para dar sumiço de vez nos quilinhos indesejáveis, tome um banho quente, vista roupas confortáveis, beba um chá quentinho e relaxe. A sua casa deve ser seu ambiente de harmonia e paz. Afinal, dormir bem emagrece e nos dá pique para enfrentar nossas rotinas diárias com mais saúde e bem estar.
A Dra. Daniela Hueb é medica graduada com especialização em Clínica Médica; em dermatologia e Nutrologia. A especialidade é voltada ao diagnóstico, prevenção e tratamento de enfermidades nutricionais e orientação sobre alimentação para melhora energética, correção do peso e aumento da longevidade.

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