Nem sempre ter um prato verdinho é garantia de que você está se alimentando direito
Nutricionista da Unifesp: Camila Leonel.
Você pensa que
ter uma alimentação saudável é sempre positiva? Pois, saiba que, assim como
tudo o que é exagero faz mal, não poderia ser diferente em relação aos hábitos
alimentares saudáveis. A nova onda de comida orgânica e livre de gordura trans
pode estar difundindo na cabeça das pessoas a essencialidade dos bons hábitos
alimentares. Isso é bom, mas o que dizer quando a diferença entre preocupação
com a alimentação vira obsessão? Acredite, isso já foi notado na população e
está sendo chamado pelos especialistas de ortorexia.
A chamada ortorexia nervosa é caracterizada pela obsessão patológica pelo consumo de alimentos saudáveis e pelos cuidados com os alimentos. Segundo os especialistas, isso é prejudicial porque acaba interferindo em vários aspectos da vida da pessoa, tanto em relação ao tempo em que ela fica refém de preparar e escolher os alimentos, quanto ao convívio social. "A pessoa passa a não fazer refeições fora de casa, a não comer nada preparado por outra pessoa, ela se incomoda com os hábitos dos outros, ou seja, ela acaba perdendo o limite do que é cuidar da saúde e o que é obsessão", explica a nutricionista da Unifesp, Camila Leonel.
A chamada ortorexia nervosa é caracterizada pela obsessão patológica pelo consumo de alimentos saudáveis e pelos cuidados com os alimentos. Segundo os especialistas, isso é prejudicial porque acaba interferindo em vários aspectos da vida da pessoa, tanto em relação ao tempo em que ela fica refém de preparar e escolher os alimentos, quanto ao convívio social. "A pessoa passa a não fazer refeições fora de casa, a não comer nada preparado por outra pessoa, ela se incomoda com os hábitos dos outros, ou seja, ela acaba perdendo o limite do que é cuidar da saúde e o que é obsessão", explica a nutricionista da Unifesp, Camila Leonel.
Porém, a
ortorexia é um conceito muito recente e ainda não é classificada como um
distúrbio alimentar por falta de critérios para o diagnóstico. No entanto, o
aparecimento dessa alteração do comportamento alimentar chama atenção para uma
tendência do medo coletivo em relação à comida. "As pessoas estão ficando
mais preocupadas com a qualidade de vida e com a saúde, mas acabam exagerando
quando pensam que a alimentação se tornou algo ruim", diz a nutricionista
da Unifesp.
Comer bem e direito não significa ter que excluir itens do cardápio, mas saber agrupar, combinar e reorganizar o cardápio de acordo com as necessidades e restrições de cada um. Para que você entenda melhor o que é preciso para ter uma alimentação realmente saudável, sem cair nas pegadinhas de senso comum e para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, comemorado nesta sexta-feira (16), o Minha Vida foi desvendar algumas questões. Confira:
Comer bem e direito não significa ter que excluir itens do cardápio, mas saber agrupar, combinar e reorganizar o cardápio de acordo com as necessidades e restrições de cada um. Para que você entenda melhor o que é preciso para ter uma alimentação realmente saudável, sem cair nas pegadinhas de senso comum e para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, comemorado nesta sexta-feira (16), o Minha Vida foi desvendar algumas questões. Confira:
1.Cortar de vez
doces e gorduras
Errado. Muitas
pessoas pensam que para reeducar a alimentação é preciso cortar o mal pela
raiz. Porém, como ensina a nutricionista da Unifesp, Camila Leonel, comer
guloseimas e gordura eventualmente não quer dizer ter uma alimentação ruim.
"Existe uma faixa de consumo de gordura e de doces aceitável para se consumir todos os
dias. Ninguém está livre de comer um doce ou de usar óleo para fazer comida. O
problema é só quando isso passa a ser exagero", ensina a nutricionista. Na
alimentação saudável entra de tudo. Por isso, não é nenhum crime querer um
docinho de vez em quando.
2.Quanto menos
calorias melhor
As calorias são
grandes inimigas de quem resolve fazer dieta? Não necessariamente. Segundo
Camila Leonel quem quer ter uma alimentação saudável não precisa ficar se preocupando
demais com as calorias. "Às vezes temos produtos alimentares que são mais
calóricos e mais vantajosos. Um bom exemplo é um pão de forma normal e um pão
de forma integral. O integral é até mais calórico, porém a quantidade de fibras
compensa as calorias extras e acaba sendo melhor optar pelos integrais." É
sempre melhor avaliar quais benefícios os alimentos podem trazer ao organismo
em vez da quantidade de calorias que ele vai trazer.
3.Só na saladinha
Dica: não fique.
Se você pretende ter realmente uma alimentação saudável, não pode focar apenas
em um grupo alimentar. Aqui cabe definir que a lógica da alimentação completa e
equilibrada é, como ensina Camila Leonel, incluir no cardápio um pouco de cada
grupo alimentar, ou seja, uma fonte de energia, vitaminas, minerais e proteínas. Se você ficar só na
salada, dificilmente vai conseguir satisfazer todas as necessidades de
nutrientes do seu organismo. Sem contar que uma hora vai enjoar de fazer sempre
a mesma refeição.
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saudável
4. Fora,
industrializados!
Tem gente que faz
uma verdadeira guerra contra eles. Mas, será que é válido dedicar todos os
nossos esforços no combate aos industrializados ou é mais vantagem tentar
controlar a qualidade e a quantidade do que ingerimos? É praticamente
impossível viver apenas consumindo produtos naturais, por isso, a consciência
de que ser saudável é equilibrar é, novamente, muito importante. Uma vez ou
outra consumir um produto congelado ou enlatado não é problema, desde que se
controle os excessos e se evite aqueles produtos que fazem mal especificamente
para o seu organismo.
5.Não gosto disso e
não me faz falta
Dependendo do
alimento, sim, você pode seguir seu desejo e evitá-lo. Desde que você ache um
substituto equivalente.
"Se a pessoa apresenta uma resistência aos legumes, por exemplo, o ideal é que ele consuma bastantes frutas, que pertencem ao mesmo grupo alimentar. Mas, essa medida é a curto prazo, porque o trabalho que fazemos a longo prazo ensina que uma pessoa precisa começar a experimentar novos sabores para agregá-los à alimentação, propiciando variedade", ensina a nutricionista.
"Se a pessoa apresenta uma resistência aos legumes, por exemplo, o ideal é que ele consuma bastantes frutas, que pertencem ao mesmo grupo alimentar. Mas, essa medida é a curto prazo, porque o trabalho que fazemos a longo prazo ensina que uma pessoa precisa começar a experimentar novos sabores para agregá-los à alimentação, propiciando variedade", ensina a nutricionista.
6.Ser vegetariano é
ser mais saudável
Não
necessariamente. Um dos maiores mitos que se criou hoje em dia é em relação à
comida vegetariana. Aqueles que resolvem aderir de vez o cardápio precisam
ficar atentos se não estão fazendo as substituições erradas na hora de se
alimentar. De acordo com o endocrinologista Fillipo Pedrinola, especialista do
Minha Vida, a dieta vegetariana é caracterizada por níveis reduzidos de
gorduras saturadas, colesterol e proteínas animais, e níveis superiores de
carboidratos, fibras, potássio e antioxidantes. Mas isso não significa que os
vegetarianos não engordem. "É frequente vermos vegetarianos acima do peso. Isso ocorre, na maioria dos
casos, porque a dieta puramente vegetariana muitas vezes não é capaz de suprir
a quantidade necessária de proteínas, a menos que seja muito bem
orientada", afirma ele.
7.Queime todos os
carboidratos
Como toda fonte
de energia, os carboidratos servem para serem gastos. Mas, alto lá: não se
esqueça de repor tudo de volta. "Carboidratos são essenciais para o
organismo, na medida em que são responsáveis por atividades corriqueiras como
andar, correr e trabalhar", aponta Camila.
As pessoas
costumam achar que precisam bani-los da dieta para não engordar. Tem até dieta
que propõe cortes desse grupo. Mas isso, além de ser um erro, pode comprometer
a saúde, uma vez que sua ingestão também alimenta as células do corpo, em
especial as do sistema nervoso central. "Carboidratos não podem ser cortados da dieta. Muito pelo
contrário, é recomendado seguir uma alimentação que forneça pelo menos 50% do
seu total calórico deste grupo alimentar", ensina Camila Leonel.
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