segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Emagrecer é diferente de perder peso



Ficar magro e bonito é o sonho de todos. Mas, e a saúde? Dietas radicais e atividades físicas sem orientação adequada podem fazer a pessoa perder peso, porém comprometendo a saúde. Além disso, a tendência é a volta dos quilos a mais, quando não é seguido um programa sério.
 Segundo o endocrinofisiologista João Pinheiro - que atua nas áreas da Fisiologia, Nutrição Esportiva, a Medicina Estética e Neuroendocrinopsicologia no Espaço Aono - é preciso diferenciar emagrecimento da mera perda de peso. O primeiro, mais eficiente, consiste em utilizar somente as gorduras (e não as proteínas ou músculos) como fonte de energia no metabolismo da dieta e das atividades físicas. "Para que isso aconteça harmoniosamente, faz-se necessário um equilíbrio entre metabolismo hormonal e psiquismo das pessoas", esclarece o especialista. "Existe redução de medidas, ausência do efeito sanfona e a qualidade de vida persiste por longos anos", completa.
Em contrapartida, a perda de peso, segundo o médico, consiste em utilizar carboidratos, gordura e músculos como fonte de energia. Assim, a pessoa consegue reduzir o peso, mas surge o efeito sanfona e a suscetibilidade a doenças. Nesse caso, ressalta o Pinheiro, "a pessoa terá mais gordura no corpo e com o tempo precisa reduzir a quantidade de alimentos que engordam".

Com a obesidade, o tecido gorduroso libera várias toxinas inflamatórias no organismo humano, danificando articulações e estruturas cerebrais, como neurônios e a hipófise. "A médio e longo prazo, esses danos podem ocasionar uma pane no metabolismo hormonal, energético e psíquico", alerta o médico. Na maioria dos casos, os obesos apresentam alguma disfunção, seja física ou emocional. Entre as disfunções do metabolismo, cita alterações no funcionamento da insulina e das glândulas tireóide e hipófise.
Como emagrecer?

Na visão de Pinheiro, não existe uma fórmula única que sirva para todas as pessoas emagrecerem com saúde. Cada pessoa precisa de um programa formulado especialmente para si. "Na minha visão, isto requer uma equipe multidisciplinar altamente especializada que abranja áreas médica (endocrinologia e neurologia), psicológica, nutricional, terapêutica, estética e de fitness".
O primeiro passo é encontrar a causa da obesidade ou da gordura localizada, por meio de exames específicos. Por isso, além das análises tradicionais, devem ser examinados os seguintes aspectos: nível de formação de gordura; formação de músculos; psiquismo; funções de órgãos e tecidos; e alterações anatômicas, por meio de exames de imagens. "Com os resultados em mãos, é possível estabelecer um plano personalizado, composto de reeducação alimentar, atividades físicas e tratamentos estéticos e psíquicos adequados à necessidade e à disponibilidade de cada paciente", diz. "Não existe milagre, mas sim, a possibilidade de usar a ciência para obter resultados em curto prazo e com permanência duradoura", observa.
Após estabelecer a harmonia entre os metabolismos hormonal, energético e cerebral, o paciente, além de emagrecer, passa a ter mais qualidade de vida. "A medicina moderna não trabalha mais com a referência do chamado peso ideal, tido como meta genérica ao longo dos anos. Atualmente, estabelece-se o percentual de gordura corporal ideal - definido por cálculos e medições -, que para pessoas normais é de até 25%", explica. "Ao conscientizarmos o paciente desta realidade, as chances de sucesso se ampliam".

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