sábado, 8 de outubro de 2011

A Importância da Atividade Física na Terceira Idade



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Muitos avanços tecnológicos têm por objetivo "facilitar a nossa vida". Cada vez que o conseguem, são rapidamente incorporados ao cotidiano. Inicialmente se tornam objeto de desejo e, em pouco tempo, punem socialmente quem não os possui. Assim foi com o automóvel, o elevador, as máquinas de lavar, o controle remoto e o computador e assim continuará sendo com tudo o que está por vir.
Em cada uma dessas conquistas, há novas conquistas. Os automóveis, por exemplo, tinham manivelas para acionar o motor e para movimentar os vidros. Vitrolas, relógios e telefones precisavam de corda. Esses mesmos equipamentos são hoje infinitamente mais versáteis e mais confortáveis e serão certamente considerados obsoletos em menos de uma década.
Nada contra o progresso, muito pelo contrário, almejamos cada uma dessas aquisições e delas nos beneficiamos. Devemos, porém, estar atentos para um inexorável efeito deletério dessa evolução: ela determina uma necessidade cada vez menor de contrair músculos. Em outras palavras, do ponto de vista funcional, temos, a cada dia, uma opção mais sedentária de vida.
Calcula-se que o ser humano que desfruta dessas vantagens gaste, em média, 250 calorias a menos por dia em comparação com o que faria a três décadas. Não é difícil calcular a economia calórica mensal ou anual do homem moderno. Como o consumo alimentar não se reduziu proporcionalmente, o efeito desse progressivo imobilismo é uma epidemia de obesidade, que se tornou problema de saúde pública.
Quem poderia imaginar que teríamos de nos preocupar com o sedentarismo infanto-juvenil. Estudos demonstram que há nítida correlação entre o tempo despendido diante de uma tela (televisão ou computador) e o peso corporal nessa fase da vida.
Com o passar dos anos, porém, a inatividade torna-se um problema ainda mais grave, o que se deve a pelo menos três fatores peculiares. Primeiro, por ser considerada um hábito recomendável para as pessoas que envelhecem. As pesquisas mostram que a proporção dos praticantes de atividade física declina com a idade, chegando à ínfima cifra de 5% a 10% entre os idosos.
Segundo, porque a perda de massa muscular, que normalmente decorre da senescência, pode atingir graus incapacitantes quando agravada pelo sedentarismo. E, por último, por serem muitos os fatores que favorecem a imobilidade e outros tantos os que desestimulam a prática de atividade física por idosos. Entre eles, salienta-se a desinformação e a escassez de espaços adequados.
O cenário, porém, não é de todo trágico. Temos hoje uma perspectiva mais favorável do que tínhamos no passado. Há cada vez mais estudos que mostram os benefícios da atividade física em prol do envelhecimento saudável. Isso faz com que os profissionais passem a dar maior ênfase ao aconselhamento desse hábito. Por outro lado, as recomendações atuais favorecem as atividades do cotidiano que, quando realizadas regularmente, mostram os mesmos efeitos das esportivas. Andar ou subir escadas (substituindo veículos e elevadores), dançar, jardinar, jogar bocha ou sinuca podem, quando somarem de três a quatro horas semanais,divididas em três ou mais sessões, equipar-se aos benefícios de muitas atividades tradicionais.
Quando são necessárias atividades específicas para tratamento de uma limitação, deve-se escolher a estratégia adequada. Também nesse campo, felizmente, o empirismo cedeu espaço ao conhecimento científico, e a orientação profissional deve ser procurada.
A atividade física, apesar das suas inesgotáveis vantagens, não pode ser considerada uma forma isolada de promoção do envelhecimento saudável. Nas próximas oportunidades, ampliaremos a discussão sobre esse tema.

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